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Acervo Memória do Mundo do Museu Nacional

O Museu Nacional teve em 2010, juntamente com a Biblioteca Nacional, um acervo documental inscrito como Patrimônio da Humanidade a nível nacional: a Coleção Alexandre Rodrigues. Abaixo seguem alguns trechos da candidatura desse acervo

"Nascido no Brasil e graduado em Coimbra, Alexandre Rodrigues Ferreira se destaca entre os demais visitantes por ser o primeiro naturalista a ocupar esse cargo dentro da burocracia portuguesa. Sua atuação se deu não apenas como homem de ciência, mas também como emissário da Coroa, encarregado de percorrer e fiscalizar as possessões de Portugal no norte do Brasil. Suas observações são muitas vezes de cunho utilitário, mas ao mesmo tempo mostram uma preocupação com o meio-ambiente que é bastante inovadora para a época. Por isso, a coleção desperta cada vez mais interesse dos pesquisadores, o que resultou em inúmeros livros e artigos acadêmicos publicados no Brasil e no exterior."

"A Coleção Alexandre Rodrigues Ferreira se constitui de documentos produzidos durante a Viagem Filosófica, além de outros adquiridos por Alexandre Rodrigues Ferreira para auxiliar seus estudos. Constam também sua correspondência e documentos produzidos por terceiros sobre ele e sua expedição, num total de 191 documentos textuais e 1.744 desenhos [incluídos nesse número os três volumes encadernados com 564 desenhos / gravuras coloridas do Museu Nacional]. A maior parte destes é original, mas algumas são reproduções feitas provavelmente em Lisboa, após Ferreira ter enviado os originais para o Real Gabinete de História Natural."

"A expedição comandada por Alexandre Rodrigues Ferreira deveria ser composta por quatro naturalistas, mas, por escassez de recursos, ele foi o único. Havia também um jardineiro botânico, Agostinho do Cabo, e dois riscadores (desenhistas), Joaquim José Codina e José Joaquim Freire, além de outros auxiliares. Com poucos recursos materiais e barcos precários, o grupo percorreu quase 40.000 quilômetros no interior da América portuguesa, coletando espécimes e registrando suas impressões. O resultado foi um vasto acervo, composto de diários, mapas populacionais e agrícolas – relativos tanto às espécimes nativas como a culturas introduzidas na região, como o índigo, o cacau e o café –, relatórios sobre as vilas e sua capacidade de defesa e memórias sobre Zoologia, Botânica e Antropologia. Além disso, os desenhistas produziram importantes registros iconográficos, relativos à fauna, flora, tipos humanos, utensílios e ainda a arquitetura de vilas e cidades no Norte do Brasil. Ao longo dos nove anos e três meses que durou a expedição, os espécimes coletados foram sendo enviados ao Real Gabinete de História Natural, em Lisboa. Ali, muitos dos desenhos originais de Freire e Codina foram duplicados, chegando a cientistas de toda a Europa. Com a invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão, em 1807, grande parte dos diários, ilustrações e espécimes foram confiscados e levados para a França. Isso acarretou a perda de parte da coleção, bem como a confusão entre desenhos originais e reproduções."

Temas: Viajantes no século XVIII (Brasil), Expedições Científicas, Amazônia, Botânica, Zoologia, Antropologia, Índios da América do Sul, Arquitetura, Usos e Costumes do Norte do Brasil, Descrições e Viagens etc.

Ao interessados em conhecerem esse acervo, parcelas da Coleção Alexandre Rodrigues encontram-se na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, no Museu Bocage, em Lisboa, e Jardins des Plantes, em Paris.

Sobre a parcela da Coleção Alexandre Rodrigues que encontrava-se no Museu Nacional, sua descrição encontra-se na Base de Dados da UFRJ e em catálogo impresso. 

Ver: https://bdor.sibi.ufrj.br/handle/doc/457

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Tags: Patrimônio da humanidade, Museu Nacional

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