No dia 17 de abril de 2025, a A UNESCO adicionou 74 novas coleções de patrimônio documental ao seu Registro da Memória do Mundo, elevando o número total de coleções inscritas para 570. As inscrições — de 72 países e 4 organizações internacionais — abrangem tópicos como a revolução científica, a contribuição das mulheres para a história e os principais marcos do multilateralismo.
O Brasil teve reconhecidas duas candidaturas: O “Arquivo Carlos Chagas”, custodiado pela Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, e “O Mapa Etno-Histórico de Curt Nimuendaju: uma enciclopédia cartográfica a serviço das línguas, culturas e memórias dos povos indígenas”, custodiado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi.
O “Arquivo Carlos Chagas”, do médico e cientista brasileiro Carlos Chagas, reflete, segundo a UNESCO, “os contextos científicos, sociais e culturais da descoberta da doença que tem o seu nome”, bem como a sua luta pela ciência e pela saúde. Para a UNESCO, o estabelecimento do Dia Mundial da Doença de Chagas pela Organização Mundial da Saúde em 2019 “demonstra a importância dessa doença negligenciada na agenda global de saúde”.
O "Mapa Etno-Histórico de Curt Nimuendaju", sintetiza o conhecimento produzido sobre os povos indígenas no Brasil e regiões vizinhas, desde o século 16 até meados do século 20. Segundo Guilherme Canela, diretor da área de Inclusão Digital e Políticas em Transformação Digital da Unesco: “É uma enciclopédia sobre línguas, culturas e a memória de vários povos indígenas. Mais de 1,4 mil grupos indígenas de 41 famílias linguísticas estão retratadas aí, nesse mapa, com documentação está lá no Museu Emilio Goeldi. No ano que a gente está, o ano de COP 30, que vai ser em Belém do Pará, a contribuição e discussão dos povos originários, dos povos indígenas é altamente importante”.
O programa “Memória do Mundo” da UNESCO surgiu em 1992, com o objetivo de assegurar a preservação do patrimônio documental de importância mundial por meio de técnicas apropriadas, facilitar o acesso universal a esses acervos e ampliar o conhecimento sobre sua existência e relevância. O Brasil contará, a partir de agora, com treze itens na lista internacional, incluindo registros que celebram o engenho e as realizações de Carlos Gomes, Oscar Niemeyer, Nise da Silveira, Paulo Freire e Bertha Lutz.
Fontes: Unesco, Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
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